17
02
2025

Quando a dor é emocional: Entendendo as doenças psicossomáticas

OSTEOPATIA

por: Dr. Marcio Valsechi Junior - DO

Você já ouviu a frase: “Isso que você tem é emocional”? Muitas vezes, essa expressão surge quando um profissional de saúde não encontra uma explicação clara para uma dor ou uma doença específica. No entanto, há condições médicas cuja origem está diretamente ligada a fatores emocionais. Essas doenças são chamadas de psicossomáticas, pois refletem a influência do estresse, da ansiedade e de traumas na saúde física.

 

Os sintomas dessas condições podem variar bastante, mas frequentemente incluem dores no estômago, diarreias ou constipações intestinais, fadiga, palpitações, insônia e dores musculares generalizadas. A conexão entre mente e corpo é tão forte que, em alguns casos, o sofrimento emocional pode desencadear dores intensas e até mesmo incapacitação.

 

Entre as doenças psicossomáticas mais desafiadoras está a fibromialgia, uma síndrome caracterizada por dor crônica generalizada, fadiga intensa e distúrbios do sono. Segundo o médico alemão Dr. Ryke Geerd Hamer, essa condição frequentemente se desenvolve após um trauma emocional significativo. Esse trauma geralmente envolve sentimentos de impotência e desvalorização profunda, além de ser inesperado e de difícil resolução.

 

O grande problema da fibromialgia é que o cérebro fica em estado de hipersensibilidade, tornando-se mais reativo a estímulos. Assim, tarefas simples como carregar uma sacola, subir escadas ou até mesmo dormir em uma posição desconfortável podem desencadear crises de dor intensa. Além disso, muitos pacientes apresentam sensibilidade aumentada a sons altos, luz forte e cheiros intensos, tornando o cotidiano ainda mais desgastante.

 

Embora a fibromialgia não tenha uma cura definitiva, os sintomas podem ser controlados e até minimizados com o tratamento adequado. Terapias manuais, como a osteopatia, exercícios físicos de baixo impacto (caminhadas e hidroterapia) e técnicas de relaxamento são altamente recomendadas.

 

Além disso, trabalhar o emocional é essencial: práticas como terapia psicológica, meditação, mindfulness e respiração diafragmática ajudam a reduzir a hiperatividade do sistema nervoso e promovem bem-estar. A alimentação também desempenha um papel importante: evitar excesso de cafeína, açúcar e alimentos inflamatórios pode contribuir para a melhora dos sintomas.

 

As doenças psicossomáticas não são fingimento, exagero ou fraqueza emocional. Elas demonstram o impacto profundo que as emoções não expressas ou mal processadas podem ter no corpo. Quando tratadas de forma integrativa, considerando os aspectos físico, emocional e mental, os pacientes têm uma chance real de recuperar a qualidade de vida.

 

Se você ou alguém que você conhece está enfrentando esses problemas, não hesite em buscar ajuda especializada. O primeiro passo é reconhecer que o sofrimento existe e que, com acompanhamento adequado, é possível encontrar equilíbrio, alívio e bem-estar.


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